terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Curiosidade 1

Descendente de "musa" inspiradora do busto da República imagina que seria "mulher atrevida"

O orgulho está patente na forma como um dos descendentes de Ilda Pulga, a "musa" que serviu de modelo para o primeiro busto da República, descreve a sua familiar, que supõe ter sido "uma mulher atrevida" para a época. "Deverá ter sido uma mulher lindíssima, para o escultor a ir buscar para ser o seu modelo para o busto, o que me leva a pensar também que terá sido uma pessoa muito atrevida" para a época, afirma à agência Lusa Joaquim Pulga. Apesar de não ter conhecido Ilda Pulga, que faleceu em 1993, com 101 anos, o sobrinho bisneto da mulher que posou e inspirou o escultor que concebeu o busto da República encara esse facto como "um afago para o ego". "Uma pessoa que, aos 18 ou 19 anos, serve de modelo a um escultor para busto da República deve ter evoluído de uma forma diferente do comum dos mortais", presume, considerando que a sua familiar "terá sido uma mulher com uma vida cultural muito intensa". O interesse de Joaquim Pulga pelo assunto "nasceu" em 1993, depois de ler num jornal a notícia da morte da Ilda Pulga. Na altura, desconfiou, porque, segundo diz, "Pulgas em Portugal só há uma família", que é a sua. "Ao ver no jornal Ilda Pulga, natural de Arraiolos, fui procurar, mas foi muito difícil, porque tinha de entrar nos arquivos da igreja", conta, lembrando que "só a partir da implantação da República é que os assentos começaram a ser feitos no Registo Civil". Como nos registos paroquiais de Arraiolos Joaquim Pulga não conseguiu encontrar informação sobre a sua tia-bisavó, decidiu recorrer aos amigos que conhece naquela vila alentejana. "Indicaram-me um velhote que se lembrava de uma família Pulga em Arraiolos. Depois, fui junto dos meus familiares e cheguei à conclusão que a dita senhora só podia ser da minha família", refere, explicando que Ilda Pulga era irmã do seu bisavô. Joaquim Pulga ficou então a saber que "a senhora foi para Lisboa muito jovem, com os seus 10 a 13 anos", e que "as fomes daquela altura", no Alentejo, que "eram muito grandes", terão motivado a sua mudança para a capital. ''A senhora deve ter ido para Lisboa à procura de uma vida melhor. Provavelmente foi com a sua família, o que já não posso confirmar", supõe, garantindo, contudo, que a sua familiar foi costureira. O sobrinho bisneto da "mulher que representa a República" lembra ainda que sempre existiu uma "grande dúvida sobre quem foi o escultor do busto", mas defende que "o verdadeiro autor foi João da Silva, que usava como pseudónimo João da Nova". "Era João da Nova porque também escrevia para a revista Seara Nova", acrescenta. No dia 31 de Janeiro, no Porto, tem início o programa das comemorações oficiais do centenário da República, implantada a 05 de Outubro de 1910, que decorrerão ao longo do ano.

in Diário do Sul

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